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20/04/2024
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A demanda de imóveis tende a permanecer forte

Posted by Fred Rangel
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13
mar

Março/2013 – O Estado de São Paulo

Em 2012, segundo pesquisa do sindicato da habitação (Secovi) divulgada anteontem, foram vendidos 26.958 imóveis na capital (-4,8% em relação a 2011), enquanto os lançamentos declinaram 27%, de 38,1 mil para 27,8 mil unidades. A economia desaquecida reduz a disposição dos empresários de investir, mesmo havendo demanda. Para a queda contribuíram a escassez de outorgas onerosas, ou seja, licenças para expandir as áreas construídas, dificuldade de aprovação de novos projetos pelos órgãos públicos e o alto custo dos terrenos, notou o presidente do Secovi, Claudio Bernardes. A queda foi menor na região metropolitana de São Paulo.
A questão não é de demanda. Pesquisa do Instituto Data Popular mostrou que 7,9 milhões de pessoas da classe média pretendem adquirir a casa própria nos próximos dois anos – número expressivo, apesar da distância entre os desejos e a realidade.
O mercado imobiliário vive uma fase prolongada de estabilização, iniciada em 2011. Grandes empresas empenharam-se mais na conclusão dos empreendimentos vendidos na planta do que no lançamento de novos projetos. Em alguns casos, ainda atendem à reclamação de compradores quanto a atrasos e defeitos em moradias construídas com mão de obra pouco qualificada.
Um sinal positivo está no entendimento de algumas construtoras de que os preços dos terrenos são altos o bastante para justificar um adiamento das aquisições, até que os valores pedidos recuem. Enquanto não houver equilíbrio entre oferta e demanda, o mercado tenderá a operar abaixo da capacidade.
O importante é evitar um retorno ao ritmo de toque de caixa num setor que opera a prazo longo, onde erros levam à insolvência de vendedores e prejuízos para compradores. Ademais, pressões inflacionárias ameaçam tanto construtores que vendem a preço fixo quanto compradores que podem ficar em apuros para pagar as prestações, na hipótese de os salários perderem poder aquisitivo.
A existência de demanda reduz os riscos dos bons empreendimentos, embora na classe média, formada por 31,4 milhões de famílias que ocupam 54% dos domicílios brasileiros, 75% já tenham imóvel próprio, 18% paguem aluguel e 7% vivam em moradias cedidas, segundo o Data Popular.
Ou seja, o déficit habitacional não está na classe média, mas nas faixas de menor renda. E para estas a oferta de imóveis é insatisfatória, por falta de áreas e infraestrutura deficiente, em especial para os projetos do programa oficial de habitação popular.

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